domingo, 20 de dezembro de 2009

( Mais ) Um dia de inverno;

Ao contrário do que andam para aí a dizer, em alguns blogges da especialidade, não tenho bem a certeza se, desta vez, fui o desafiador ou o desafiado para ( mais ) esta saída invernal. Contudo, seja como for, valeu bem a pena, como valeu!

Após um almoço a bordo, confeccionado pelo “cozinheiro” do costume, e regado com um bom vinho Alentejano, zarpamos da Marina do Parque das Nações. Eram por volta das catorze horas.


Mas, vamos por partes: Estava um dos membro da tripulação (João) a últimar as vestes para a previsível tormenta... à quem lhe chame o tenebroso mar da palha... quando apareceu um marinheiro da MPE para prestar a “devida” ajuda. Aproveitei a disponibilidade e rapidamente, larguei as amarras. “Ena que rapidez !“ exclamou o João. Tomei-o como um elogio.


Não sei quantos barcos saíram nesse dia da MPN, mas deve dar para contar pelos dedos de uma mão, e com um pouco de sorte ( ou azar ), basta um dedo para os contar.


Bem, seja como for, nada fazia prever a belíssima tarde de vela que tínhamos pela frente.

A previsão no WindGuru era de vento de 20 nós de SE, e a temperatura de 5°c. Mas, contrariamente à previsão, dentro da marina parecia que lá fora não se passava nada e tivemos hesitantes no momento da saída.


Uma vez cá fora, cedo deu para perceber que o vento afinal era razoável, na casa dos 15 nós de Este, pelo que, logo içamos as velas e partimos rio a baixo.


Com ondulação da través, algo incómoda, com o João ao leme, fomos mantendo a conversa em dia. Claro que as conversas rodam invariavelmente sobre barcos e marinheiros, mas nem sempre há que o admitir.

A vontade comum de materializar alguns projectos começam a ganhar forma e cedo hão-de passar à prática. Fica prometido que as novidades vão surgir aqui em primeira mão.


Após acertarmos com as afinações, começamos a imprimir um bom ritmo ao Blue Seven. Diz o João que o que tem visto ao leme do Blue Seven , não coincide com o que habitualmente se diz dos Bavaria, pois o barco deixa-se levar bastante bem é muito reactivo às afinações que vou fazendo, conseguindo navegar a um bom ritmo.

Bem, mas isto somos nós a dizer, que somos uns pachorrentos cruzeiristas, uns "prós" no assunto, com certeza só diriam mal, se calhar deste e de um outro qualquer.

Seja lá como for, o recorde vai em 12 nós, nada mal digo eu que parecia que ia a voar.


Após passarmos a 25 de Abril, com o barco em borboleta com vento pela popa de 24 - 25 nós, mudámos de rumo e começamos a subir o rio. A coisa compôs-se e fartei-me de trabalhar: rizar a grande para o 1º rizo e enrolar um pouco a genoa pareceu-me ser o ideal.

Foi a chamada velejadela de luxo, todos baldados que é como quem diz adornados, o Cmd. João ao leme eu agarrado a tudo o que estava ao pé, não fosse saltar borda fora com o saltitar do barco. Rapidamente chegamos à Marina do Parque das Nações.


Como é habitual, mesmo com toda a azáfama que os marinheiros têm nestes dias J tivemos ajuda para amarrar o Blue Seven para o merecido descanso semanal.

Sim, porque o próximo fim de semana está para breve, assim como a próxima saída do Blue Seven.

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Familia

Acabamos sempre por ceder aos desejos do nosso Skiper, e mais uma vez, e desta, com a familia Silva em peso, rumamos ao Blue Seven para uma almoçarada de domingo.

Os pais, a mana e o cunhado ainda não conheciam a nossa nova aquisição e, como seria de esperar, fartaram-se de elogiar todos os promenores da nossa "suite home aquática".



As crianças a bordo, os nossos dois filhos e o sobrinho, divertiram-se muito.
De início, percorrendo todos os quartos, mantando assim a curiosidade do primo e, por fim em jogos de playsantion, que felizmente, todos dominam, deixando assim espaço para umas deleciosas conversas sobre tudo e tudo... Natal, escolas, comportamento dos miúdos, novidades e não estivessemos na presença de uma artista em potência, a mana, sobre decoração.

O pai do Rui, um eterno apaixonado da vida maritíma; peixes, barcos e pescarias são com ele, concluíu que viveria o resto dos seus dias no barco.

O gosto pelo mar é um dos pontos mais fortes que têm em comum!


Foi uma tarde bem passada em que relembramos, mais uma vez, a importância da família, e que os nossos projectos de vida, fazem mais sentido quando os partilhamos com eles.

"Selma"

sábado, 5 de dezembro de 2009

Saída no Beagle.

Após uma troca de mensagens com o António, actual proprietário do Beagle, combinamos uma saída para explicar alguns detalhes sobre o Beagle e também, porque não, para matar algumas saudades.

Fiquei a pensar onde poderíamos ir, inicialmente equacionei o Seixal, depois Oeiras, Cascais e mais tarde simplesmente dar uma velejadela por onde a corrente e o vento nos levasse.

Acabamos por combinar irmos almoçar à Marina do Parque das Nações, primeiro porque o António não conhecia, depois o tempo era curto, e fundamentalmente, porque as previsões dos dias anteriores tinham batido na trave e o vento soprava de Sudoeste com um ar ameaçador.
Velejamos na companhia de dois “marinheiros” de 10 anos.

Saímos, por volta das 12:00 horas, após o habitual atraso proporcionado com a saída da Doca do Espanhol.

O Beagle está provisóriamente, num daqueles locais que não têm finger, situação que dificulta um pouco as coisas para quem não têm muita experiência.


Içadas as velas, aproados ao Cristo Rei, rumamos em direcção à ponte Vasco da Gama. O vento soprava de Sudoeste de 6 a 8 nós. deixando a prever que iriamos encarar uma boa velejada, contudo, rapidamente, caiu e tivemos que ir a motor a curta distância que tínhamos que percorrer. As previsões não passam disso mesmo, previsões.

Demos anuncio da nossa chegada, atracamos no cais de recepcção e fomo-nos registar na marida do PN e é-nos dada autorização para atracar ao lado do Blue Seven.

De realçar, como já se tornou habitual, a simpatia e prontidão dos marinheiros da Marins do Parque das Nações.
Foi com alguma emoção e muito contentamento que estive com "os meus dois barcos" atracados um ao lado do outro. E, em agradecimento a umas horas tão bem passadas, em que revi o meu velho companheiro convidei a tripulação a subir a bordo do meu novo amigo, onde almoçamos.
Por volta das 15:30 o Beagle parte em direcção a Lisboa.

Eu, que já tenho um montão de projectos para o Blue Seven fiquei. Hoje tinha programado colocar iluminação no porão do motor, claro está com um interruptor automático. Tarefa concluida, não sem antes alguma dificuldade em aplicar os diversos acessórios.
Bem, mas as bricolages fica para uma crónica futura.