Após um almoço a bordo, confeccionado pelo “cozinheiro” do costume, e regado com um bom vinho Alentejano, zarpamos da Marina do Parque das Nações. Eram por volta das catorze horas.
Mas, vamos por partes: Estava um dos membro da tripulação (João) a últimar as vestes para a previsível tormenta... à quem lhe chame o tenebroso mar da palha... quando apareceu um marinheiro da MPE para prestar a “devida” ajuda. Aproveitei a disponibilidade e rapidamente, larguei as amarras. “Ena que rapidez !“ exclamou o João. Tomei-o como um elogio.
Não sei quantos barcos saíram nesse dia da MPN, mas deve dar para contar pelos dedos de uma mão, e com um pouco de sorte ( ou azar ), basta um dedo para os contar.
Bem, seja como for, nada fazia prever a belíssima tarde de vela que tínhamos pela frente.
A previsão no WindGuru era de vento de 20 nós de SE, e a temperatura de 5°c. Mas, contrariamente à previsão, dentro da marina parecia que lá fora não se passava nada e tivemos hesitantes no momento da saída.
Uma vez cá fora, cedo deu para perceber que o vento afinal era razoável, na casa dos 15 nós de Este, pelo que, logo içamos as velas e partimos rio a baixo.
Com ondulação da través, algo incómoda, com o João ao leme, fomos mantendo a conversa em dia. Claro que as conversas rodam invariavelmente sobre barcos e marinheiros, mas nem sempre há que o admitir.
A vontade comum de materializar alguns projectos começam a ganhar forma e cedo hão-de passar à prática. Fica prometido que as novidades vão surgir aqui em primeira mão.
Após acertarmos com as afinações, começamos a imprimir um bom ritmo ao Blue Seven. Diz o João que o que tem visto ao leme do Blue Seven , não coincide com o que habitualmente se diz dos Bavaria, pois o barco deixa-se levar bastante bem é muito reactivo às afinações que vou fazendo, conseguindo navegar a um bom ritmo.
Bem, mas isto somos nós a dizer, que somos uns pachorrentos cruzeiristas, uns "prós" no assunto, com certeza só diriam mal, se calhar deste e de um outro qualquer.
Seja lá como for, o recorde vai em 12 nós, nada mal digo eu que parecia que ia a voar.

Após passarmos a 25 de Abril, com o barco em borboleta com vento pela popa de 24 - 25 nós, mudámos de rumo e começamos a subir o rio. A coisa compôs-se e fartei-me de trabalhar: rizar a grande para o 1º rizo e enrolar um pouco a genoa pareceu-me ser o ideal.
Foi a chamada velejadela de luxo, todos baldados que é como quem diz adornados, o Cmd. João ao leme eu agarrado a tudo o que estava ao pé, não fosse saltar borda fora com o saltitar do barco. Rapidamente chegamos à Marina do Parque das Nações.

Como é habitual, mesmo com toda a azáfama que os marinheiros têm nestes dias J tivemos ajuda para amarrar o Blue Seven para o merecido descanso semanal.
Sim, porque o próximo fim de semana está para breve, assim como a próxima saída do Blue Seven.