quinta-feira, 8 de abril de 2010

Cruzeiro a Tróia

Inicialmente tinha pensado ir a Valada, estava a ficar com saudades da paz e sossego da pitoresca vila Ribatejana, não seja eu natural de Santarém, pois já o ano passado não tinha ido. Na altura tinha o Beagle em Alhandra e vi a frota toda a passar rio acima, mas no último momento alterei os planos e rumei a Lisboa.

Contudo, à medida que o dia se foi aproximando, comecei a ver que a grande maioria iria para Tróia e estando a ficar cansado de sair em águas abrigadas, comecei a ficar com vontade de mar, e a ideia de rumar a Tróia foi ganhando consistência, até porque a Selma tinha combinado com uns amigos passar o fim de semana em Tróia.
A previsão era de pouco vento na sexta de quadrante NO e NNO no Domingo, ai já com vento de 15 nós, nada de especial pensava eu.

Assim, e como só podia fazer a viagem na sexta-feira, pedi à ANC que quando aparecesse por lá alguém nas mesmas condições que me pusessem em contacto para fazermos a viagem junto.

Logo, a simpática Teresa da ANC ligou e me pôs em contacto com o  Luis Santos, feliz proprietário de um Dufour 35 de nome Galhofas, barco muito interessante e com uma silhueta muito bonita.

Para meu espanto o Luis tem vindo a recuperar o Dufour, fazendo melhoramentos muito idênticos a alguns que também já realizei, dá muito gosto conversar com alguém que mete mãos à obra num barco, não haja dúvida fica-se com um conhecimento profundo do barco.

A viagem começou com uma deslocação à Marina do Parque das Nações na Quinta-Feira por volta das 18:30, para colocar o BS no lado de fora das comportas, e a saída ficou programada para as 07:00, na companhia do primo Sérgio, que não largou o leme durante toda a viagem.
Por volta das 08:00 entramos nas docas, ainda se ouvia o “barulho” de um dos bares, ai fizemos as necesárias apresentações, tomámos um café a bordo do BS e rapidamente saímos para o mar.

Porta aviões Charles D´Goule, de bandeira Francesa.














A silhueta do Dufour 35. Um classico é sempre um clássicos, muitos de novos de vão tornar velhos e estes mantên-se como os Clássicos.














O cabo Espichel pelo través de bombordo.



O enfiamento das balizas de Setúbal.















Aproximação a Tróia. Com uma prova do campeonato regional ANC.














No regresso, previsto para Domingo pude contar com a presença do Pedro que fez o favor de vir do Porto na véspera, ir jantar a Cascais e ainda arranjar tempo para estar em Tróia antes de nos termos levantado. É obra ou não...
Saímos por volta das 09:00, com o Galhofas à frente, combinamos irmos mantendo o contacto até porque as condições do mar e o vento prometiam, como acabou por acontecer.

Assim que saímos do enfiamento das balizar de Setúbal , o vento que até ai estava pela alheta de estibordo, na casa dos 15, 18 nós, passa para o través e sobe para uns consistentes 18 – 20 nós, com picos de até 28 nós. Ai a coisa aquece, e por mais que quisemos, não dava par manter um rumo constante, de quando em vez a bela orçadela, pano a mais, pouca antecipação, azelhisse, fosse o que fosse os esses sucediam-se.

Nessa altura, e porque as condições se alteravam, tentámos várias vezes estabelecer contacto com o Luis do Galhofas, mas nada, ninguém nos respondia de volta ou então respondia-nos outro barco que não o pretendido.

Nessa altura, íamos inseridos no meio de três barcos, cada um maior que o outro, todos na casa dos 40 – 45 pés e que apresar de já termos rizado a grande para o 1ª rizo e enrolado a genoa cerca de 15 %, aguentávamos o andamento indo sempre á frente da frota.




Com a aproximação do cabo, a coisa ficou ainda mais "engraçada" e apresar de termos rizado para o 2 rizo, e enrolado a genoa cerca de 30 %, as ondas de proa e o vento já constante na casa dos 25 nós, animaram a tripulação e íamos os dois de sorriso de orelha a orelha.

Nessa altura, penso que fizemos uma opção errada, como a coisa estava tão boa fizemos, como cerca de 7 barcos um largo para fora, de tal maneira para fora que quando demos conta estaríamos a cerca de 20 milhas da costa, mas mesmo assim abaixo do bujio, pelo que a determinada altura metemos um pouco de motor até à entrada da barra, ai com o vento de través com 20 nós foi desligar o motor e entrar em Lisboa.

Estabelecemos contacto rádio com o Galhofas que logo após o cabo, ligou o motor o e chegou cerca de uma hora antes, estávamos a passar a bóia 3 junto ao Bujio. 

Logo informámos a MPN que estávamos ligeiramente atrasados, não fossem as comportas estarem fechadas e chegamos por voltas das 18:00.

A resposta foi pronta e fomos informados que as comportas aguadariam pela entrada do BS e que estaria um marinheiro à nossa espera.



Foi um fim-de-semana preenchido, cansativo, até porque tive de vir trabalhar no Sábado, mas deu para tirar algumas conclusões sobre o BS no mar e aprender mais sobre o barco.

1 comentário:

  1. Muito bem...
    Grande velejada...
    Pelos vistos as aguas salgadiças serão doravante o habitat perfeito para o BS&Cia :D :D :D
    Continuação das mesmas e abraços,

    PJNunes

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