quinta-feira, 16 de junho de 2011

A sorte e o azar

Há tipos com sorte !!! 

Qualquer pessoa, que anda nisto dos barcos, quando um fim de semana acaba começa logo a pensar no próximo... eu não sou diferente, consulto a meteorologia à segunda-feira!! a tabela de marés do Instituto Hidrográfico  à terça-feira, faço os meus contatos para a malta amiga à quarta-feira e quinta-feira já ando a fazer contas de cabeça para ver se consigo encaixar tudo o que tenho para fazer num só fim de semana.

Foi neste contexto que surgiu  o fim de semana de 10, 11 e 12 de Junho fértil em programas náuticos, senão vejamos:

1. Ir às Berlengas, integrado na "frota" da ANC, para a já famosa Sardinhada, no White Fin do Luis Santos.
2. Ir ter com o Mestre João Gregório à Ilha do Rato, pois havia por lá umas festividades.
3. Fazer parte da tripulação do Ketch "João Baleia" do João, que após uma estadia de aproximadamente seis meses na Marina Parque das Nações, rumava a Sines.
4. Ir fundear de Sábado para Domingo a Cascais.

Só havia que escolher e escolher bem ...

Também os à com azar !!!

Contudo, e como para a maior parte das coisas da vida, havia um senão!! estava condicionado pelo facto de ter de trabalhar no Sábado, dia 11, o que dificultava sobremaneira as coisas.

Com essa grande condicionante, aquela que se afigurava mais simples em termos de logística ( coisa do vou de barco, venho de Autocarro, volto de ... )  e sobre a qual recaiu a escolha, foi o passeio a Cascais, dava assistência à família na Sexta 10, trabalhava no Sábado e fazia o "gosto ao dedo" no Domingo, sendo que a Selma e os miúdos ficaram de ir ter a Cascais ao fim do dia. 

Eu e o Blue Seven 
Sábado, após o trabalho,  rapidamente zarpei num "solitário" a Cascais, e com e um dia fantástico, muito sol,  pouco calor e um vento tímido que foi subindo de intensidade à medida que o dia acabava e a maré mudava, rapidamente cheguei ao Bugio.


A nossa bandeira com um cenário fantástico
 A viagem foi feita em aproximadamente duas horas, consequência da forte vazante e de algum vento.

Velejadela  no Vale do Jamor  aprx. 18 nós vento

Aproximação Sº Julião

Aproximação a Cascais
Já fundeado, apercebi-me que estava rodeado de barcos que residem na MPN, o Leão Marinho III, o Groovy e o Trinity são só um exemplo, porque havia mais três ou quatro por ali fundeados.

Sabia que o Rui do Groovy tinha mergulhado para limpar o fundo ao Dufour e substituído os zincos, penso que o Paulo do Leão Marinho também o fez, pelo que lhe perguntei se me emprestava o equipamento para mergulhar no Domingo, coisa que acabou por não acontecer. 


Leão Marinho III a estibordo


Groovy a bom-bordo


Ao cair da noite liguei ao Luis que se encarregou de acompanhar o João na viagem do "João Baleia" para Sines, procurando saber como correram as coisas e como se tinha portado o barco e os Marinheiros. Disse-lhe que estava fundeado em Cascais, lancei o mote, e foi meia hora de conversa sobre o nosso tema preferido...



A noite foi mal passada!  quando fundeado, dizem os experts na matéria, só se consegue dormir bem ao segundo dia, quando o cansaço se apodera do corpo e um tipo dorme mesmo que não queira. 
Não dormi nada, primeiro porque estive a ler até à uma da manhã, às 3:00 acordei porque achei que o barco tinha sido abalroado por outro, terceiro a ancora rangia por todos os lados e/ou que estava a roçar no patilhão a todo o momento, e por fim quando a maré e o vento mudaram, dei por mim quase em cima do Groovy, coisa chata ser eu o abalroante e logo a um vizinho de pontão...

O pequeno almoço foi tomado às 7:30, às 8:00 levantou-se um ventinho que me levou a zarpar e a fazer uma bela velejada matinal até Oeiras, local onde parei para abastecer, tomar um café e por a conversa em dia com o Pedro Antão, meu antigo formador na Patrão Mór. 


Sea Cloud atracado
A restante viagem foi feita integralmente à vela e a motor, 10 nós de vento de NE, algo estranho, e uma enchente razoável que me levou a chegar á Marina Parque das Nações por volta das 12:30.

Se sou um tipo com sorte ou com azar ? sem dúvida com sorte, os motivos são muitos para assim o considerar...  contudo um sobrepõe-se a todos os outros... uma família sempre presente, mesmo quando não vão ter comigo a Cascais :-) 

Cristo Rei visto do nosso angulo

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