Quick Silver 460
O meu primeiro barco foi a motor, pelo que sobre o mesmo não tenho muito a comentar a não ser para dizer que não repito a experiência.
Água e Sal ( Vela )
Blue Djim – B2 Marine
Segundo barco, foi adquirido em Lisboa a um senhor que o usava principalmente para a pesca.
Após tratar de todo processo de compra, foi levado para umas instalações industriais, onde foi possível fazer um trabalho profundo de remodelação e manutenção, para as quais contei com a precisosa e sempre disponível ajuda do primo Sérgio, a quem estendo um abraço de obrigado.

Assim, em relação às obras - vivas, foi todo lixado ao gel coat e aplicado protecção anti-osmose e, consequente pintura de fundo, com produtos da
Hempel.
Nas obras mortas, foi todo polido e colocado novo letering com a capitania e o novo conjunto de identificação.
Em relação ao interior, como praticamente possuía a fibra à vista em todos os locais do barco, foi feito em contraplacado marítimo uns pequenos armários na zona do “salão” e forrado a restante zona com carpete apropriada ( com propriedades de retardante de fogo ).
Foi ainda instalado uma pequena cozinha sobre as escadas de acesso ao interior que era retráctil, ou seja, quando não utilizada recolhia sobre o poço do barco. A cozinha possuía um fogão com um bico, e uma pequena pia de água.
Foram colocados dois depósitos de água doce e consequente sistema de bombagem pressurizada.
O velame foi todo limpo e revisto numa velaria, alguns cabos foram substituídos e foi aplicado uma nova bússola da Plastimo e uma central de vento da NavMan.
As madeiras exteriores e interiores foram envernizadas, foi colocado um estrado no chão, que estava com a fibra à vista, e toda a palamenta foi revista e actualizada.
O barco possuía um motor Thoatson de 15 Cv a dois tempos.
Esta, foi a minha primeira experiência de manutenção de um barco, com toda a ajuda que pode ter de amigos, lá conseguimos fazer um bom trabalho, quando coloquei o barco na água, em Alhandra foi rapidamente vendido em 3 meses.
Vai de VelaDC 740 – Delmar Conde 
Este foi um barco muito especial.
Estando muito ligado a Alhandra em relação a estes assuntos dos barcos, onde existem quatro exemplares idênticos, o N.V.Volare, o Old Navy, o Evaluna e o Matisse, senti-me muito confiante quando comprei o "Vai de Vela".
Havia muita informação sobre o barco, o João Rodrigues, à data presidente do Clube local, Alhandra Sport Club, sabe tudo sobre os DC740, sendo inclusivamente o armador do N.V.Volare.
Foi adquirido em Aveiro, estava na marina do Clube de Vela da Costa Nova, o João é que o descobriu por lá. Estava parado, à três ou quatro anos, pelo que é imaginável o estado do fundo.
Arranjei maneira de o transportar com um tir, de estrado aberto, para Alhandra. Quando aí chegou deu para encher uma saca de 50 Kg de mexilhões, isto sem contar com as que os miúdos de Aveiro retiraram quando saíu da agua, dizem que cheirou a marisco em Vila Franca Xira !
O "Vai de Vela", foi à semelhança do "Água e Sal" ( à vela ) posto a seco e tudo o que podia ser tirado do barco foi retirado.
Em relação às obras - vivas, foi lixado ao gel coat, betumado e aplicado um primário Hempel ( High Protect ). Vim a saber mais tarde que tal não era necessário.
De seguida, foi-lhe aplicado CooperCoat, cinco de mão, este antifouling tem a função de anti osmose e goza de uma duração de dez anos, garantida pelo fabricante. Segui às riscas as instruções do fabricante, entrei em contacto com eles, ora por email ora telefonicamente, e finalizei a “obra” com a garantia de ter realizado um bom trabalho.
Não sei se existem muitos barcos com este tipo de protecção em Portugal, mas posso garantir que nos dois anos seguintes era “atar e por ao fumeiro” , que é como quem diz, retirar da água, limpar com jacto de água e voltar a colocar na a água.

Em relação às obras – mortas, foi todo lixado com uma massa de polir da 3M, que recomendo vivamente, e o resultado foi fantástico, o barco parecia novo .
O motor, um Yamaha de 15 CV a 4 Tempos, foi revisto pelo meu amigo Luis Batista e voltou para o seu local, o "Vai de Vela" tinha a particularidade de possuir um motor fora de bordo, colocado sobre o poço, numa “loca” apropriada. Quem não soubesse pensaria que se tratava de um motor inboard. Coloquei uma saída da água de refrigeração do motor para o exterior, assim podia, em navegação, averiguar se a água estava a circular convenientemente.
As madeiras foram todas lixadas e apliquei, imagine-se, sete camadas de verniz, seguindo também à risca as indicações dos experts na matéria. O resultado foi fantástico.
As janelas foram calaftadas com SikaFlex e os diversos acessórios, incluindo os apoios dos brandais, foram removidos para aplicação de SikaFlex. Notava a entrada de alguma água por esses locais e assim resolvi o problema de vez.

Foi colocada afinação na calha da escota da Genoa, assim como redireccionei os dois rizos para o poço, diziam a determinada altura que o barco mais parecia um queijo suíço, tantos os furos que fazia.
Substitui a grande maioria das adriças e escotas, fiz um pau de spy que, fundamentalmente, servia para apoiar a genoa, quando fazia a vela grande a bombordo e a genoa a estibordo, ou vice-versa.
Em relação ao interior, os estofos foram todos forrados, exigência da Selma, que desde o primeiro dia se ocupou pela "decoração do interior"esem que pudesse haver discussão possível.
Apliquei um tanque de água doce da Lalizas, o que existia servia-se do fundo do Barco e dos reforço da antepara interior para vedar a água, coisa que não me agradava.
Coloquei 220V no Wc, no salão e junto à cozinha, com um quadro devidamente dimensionado e protegido.
Adquiri uma bateria da Vetus, pois as existententes, uma apresentava-se muito sulfatada e em mau estado e a outra, inevitavelmente, e em pouco tempo seguiria o mesmo caminho
Reforcei os chumbos, peripécia que o meu pai colaborou, pois, fizemos uns moldes e derretemos, não sei exactamente, alguns quilos de chumbo para o efeito.
O "Vai de Vela" todos os anos fazia o Inverno em Alhandra e o Verão em Lisboa, na Doca do Espanhol. Aì navegava fundamentalmente para o Seixal / Barreiro / Ilha do Rato e, de quando em vez, lá saia a barra e ia a Oeiras ou Cascais.
Fomos, por diversas vezes com outros barcos a Valada. A minha tripulação dava a preciosa ajuda que as fotografias retratam.